Começo com o intro do post anterior: resulta para mim um mistério que, numa cidade onde a comunidade francófona é tão significativa em número de almas, existam tão poucos restaurantes “franceses”. Em Lisboa, com boa vontade, contam-se pelos dedos de uma mão. O mistério tem, porventura, uma explicação: ao contrário dos portugueses que, na proporção inversa do seu conhecimento, veneravam a cuisine française, os francófonos “modernos” fogem dela como o diabo da cruz. Coisa de velhos, dizem eles.
.
Philippe Gelfi vem de Avignon, no sul de França. É um tipo discreto. Ao contrario d@s chefes celebridade-franceses do momento na cidade, Philippe é um óptimo cozinheiro. Sabe cozinhar, portanto. Tem o bom hábito de estar sempre na cozinha e o condão de não inventar. Parte da cozinha clássica da sua região - Avignon é cheiros, cores, primavera- e acrescenta-lhe um toque de finesse.
.
A progressão do Grenache nestes anos é notável. Não só pelo conforto adicional que a sala ganhou, mas também porque a sua cozinha está mais madura. Ganhou delicadeza e segurança. Está naquela fronteira ténue em que o fine dining acrescentou classe à cozinha, sem a tornar chata e previsível. Que a saiba manter ai. Plus, para quem gosta de vinho, existe uma carta cheia de pérolas.
.
Quanto ao @grenachelisboa, pelos cânones Michelin, é uma estrela certinha.